A nova economia endereça sua estratégia para construção de plataformas: ambientes que viabilizam interações que criam valor entre consumidores e produtores.
As tais plataformas já constroem novos monopólios e derrubam velhos impérios.
Valuation Exponencial
A leitura do livro Plataformas – A Revolução da Estratégia ilumina tal discussão de modo didático, e se você estudou planejamento estratégico sem essa visão, questione muito seu professor.
Qual o ponto brilhante dessas plataformas, seu valuation é exponencial.
O Uber vale bilhões sem ter nenhum carro, o Facebook também e monetiza com publicidade sem gerar conteúdo, e por aí em diante.
Milhões de usuários promovem valor para empresa sem o embasamento de um ativo físico envolvido.
Grande parte da explicação desse valor das plataformas está no tal efeito de rede.
Cada nova conexão na rede adiciona valor para toda a rede conectada.
Tal visão é muito bem defendida nesse livro, e com base nela propus o esquema abaixo que apresenta os tipos de efeitos apresentado pelos autores.
Qual o ponto da reflexão? Nem tudo que reluz é ouro! Nem todo efeito de rede é positivo.
Assim, o empreendedor e toda sua equipe no processo de criação de plataforma precisam navegar entre duas hipóteses:
Crescer lentamente é morrer
Crescer de modo exponencial pode matar seu negócio.
Parece contraditório, mas não é.
Por um lado o crescimento lento pode não satisfazer seus clientes, promover o tal salto do abismo na curva de adoção da tecnologia e com isso representa a morte lenta do seu negócio.
Gerentes
Imagine que você é uma rede social, conecta os primeiros clientes, mas não cresce rápido.
Os que iniciam o uso começam empolgados, mas como a rede é pequena não mantém a empolgação.
Novos usuários em uma escala crescente rápida é essencial para maior retenção e recorrência dos usuários.
E para além disso, a disposição a pagar tende a se relacionar com a relevância da rede e, por isso, quanto maior a relevância, maior a disposição a pagar (seja de quem usa ou de quem paga para acessar a base de usuários).
Não crescer rápido pode não suportar a necessidade de caixa, e ser a morte do negócio.
Por outro lado, imagine que você cresça rápido, mas não garante os termos básicos de credibilidade e perfis aderentes à proposta inicial da sua rede social?
Ou seja, o que era para ser o céu vira o inferno.
Ao promover o encontro sem o devido zelo, os clientes iniciais serão espantados da rede e, mais do que isso, podem virar detratores da marca.
O tiro sai pela culatra! Frustrar e ter de revender é mais caro, e isso pode ser a morte do negócio.
Assim, entender o efeito de rede é essencial para não matar o negócio. Vendo a figura vemos a combinação de duas variáveis.
O efeito de rede
A primeira é o tipo de crescimento.
Toda plataforma conecta dois tipos de usuários, o que podemos chamar de clientes e produtores.
Por exemplo, no Uber cliente é quem pega o carro e produtor é o motorista.
Uma variável é o que cresce. Crescer clientes é um crescimento que chamei de pares.
Crescer os dois perfis é o que chamei de crescimento de encontros, “match”. A segunda é a forma como o crescimento se dá.
Com harmonia, ou seja, mantendo o perfil desejado, ou com ruído, tendo assimetria de informação e expectativa.
Decorre, portanto, dessa combinação, os quatro tipos de efeitos de rede:
Efeito direto positivo: mais usuários aumentam as possibilidades de conexão e logo o valor do serviço. Isso vale para telefone (só você ter um telefone não tem valor algum, pois não poderá ligar para ninguém).
Quanto mais pessoas tem telefone maior o valor de você ter um, aumentam suas possibilidades de conexão, logo aumenta o valor gerado por tal plataforma.
Efeito indireto positivo: mais produtores agregam valor para os usuários existentes, bem como…