No ambiente executivo temos o uso intenso da ideia de eficiência, de efetividade! Tudo isso pressupõe eficácia. Fiz o que era para fazer? Eficaz! Fiz com menor uso de recursos? Eficiente!
Minha formação foi muito científica. Não escolhi a carreira de pesquisa (a tal academia), mas convivi e frequentei bastante.
Parte essencial dessa agenda reside na metodologia científica, a ideia de ter hipóteses e um olhar crítico sobre o objeto de debate.
Avaliação de impacto foi o auge dessa minha agenda.
Compreendi e atuei em alguns ciclos do mais elevado padrão sobre como garantir conclusões de causa e efeito, grupo de controle e tratamento, e todo ferramental para isso.
Indo cada vez mais para a agenda de executivo, tem-se algum afastamento dessa agenda natural.
Você fica envolvido com a pressão do fazer, das entregas.
Mas a ideia de avaliação, e principalmente, o senso crítico para embasar as escolhas é necessário. O tal desafio de teoria e prática se apresenta para o executivo.
Ausência de avaliação é cegueira na estratégia
No ambiente executivo temos o uso intenso da ideia de eficiência, de efetividade! Tudo isso pressupõe eficácia.
Fiz o que era para fazer? Eficaz! Fiz com menor uso de recursos? Eficiente! O que eu fiz gerou o efeito que queria? Efetivo!
Dominar conceitos é parte um.
Ter clareza das intenções e das metas é um passo adicional.
Ter a avaliação dos resultados é a etapa necessária que todo gestor deveria ser responsável.
Responder com propriedade a pergunta: minhas escolhas geraram o resultado desejado?
Sem avaliar sua estratégia, ou seja, seu conjunto de escolhas, é um conjunto de palpites.
O monitoramento é etapa premente de qualquer gestão estratégica.
A avaliação é uma etapa complementar que te dá embasamento sobre o quanto da sua estratégia foi de fato efetiva.
Avaliação como ferramenta de melhoria
Um dos grandes problemas na agenda de avaliação é quando ela está associada à punição e não ao aprendizado.
Isso em todos seus sentidos, desde a avaliação de desempenho de pessoas até a avaliação de estratégias de venda de uma Companhia.
Quando temos a agenda da avaliação como uma ferramenta em prol de premiar e gerar cases de sucesso, tendemos a criar incentivos ao seu viés e a não compreensão acerca do jogo continuado.
As pessoas avaliadas, seja diretamente ou pelos projetos por ela conduzidos, tendem a querer ter resultados positivos a todo custo.
Buscam comparações que geram legitimidade.
Caímos no risco da falácia narrativa, justificamos o caminho trilhado.
A avaliação pode premiar, mas deve sobretudo, gerar aprendizado, estimular os limites da inovação.
A avaliação é ferramenta para o mindset de crescimento: o que posso fazer melhor?
Todo gestor deveria se arrefecer no tema avaliação buscando um sarrafo de qualidade.
Em primeiro lugar querendo ter base – metodologicamente falando – para justificar que a escolha foi de fato robusta e seus resultados passam em altos crivos de comparação.
Em segundo lugar, a definição das metas e do nível do sarrafo deveriam ser cada vez maior, e as avaliações buscarem subsidiar tal processo busca de excelência.
A teoria ajuda quando tem avaliação embasada
É muito bonito defender a importância de avaliação sentado na cadeira da academia.
É colocar mais pressão em algo já atarefado.
Em alguns casos, a avaliação de fato é essencial e requer um esforço adicional, requer consultoria externa, e pode se justificar.
Pode garantir economia de muitos recursos e principalmente cumprir sua missão de gerar aprendizado e iluminar a estratégia.
Contudo, em muitos casos, podemos simplificar em muito o caminho e esse processo de aprendizagem com o erro ou as descobertas dos outros.
Aí entra o papel do conhecimento!
A tal teoria que economiza, encurta o caminho, pois já dá sustentação para escolhas, evitar reinventar a roda.
A defesa do nosso manifesto de organizações e pessoas mais produtivas pela leitura é muito ancorada nessa linha.
Boas leituras, ou seja, o acesso a boas teorias, podem ajudar em muito os executivos e gestores em suas missões.
São insights, ferramentas, métodos, foco de atuação e processos que se apresentam na forma de livros.
Essas leituras – ao serem apropriadas – iluminam as escolhas e ajudam em muito a mitigar erros pela experiência do outro
É um passo adicional que em muitos casos te ajuda inclusive a monitorar e fazer sua própria avaliação.
Escolha boas leituras: e leia!
O desafio é escolher boas leituras que te ajudem na sua missão. Acredito que na área de negócios existem três tipos de leituras:
Leitura que inspiram: são mais provocadoras e querem te tirar do lugar comum.
As boas inspirações têm honestidade intelectual, se embasam ou remetem nas leituras que apoiaram e reconhecem seu limite, não prometendo o que não podem entregar;
Leituras que relatam: compilam diversas teorias sobre um determinado tema ou relatam uma experiência específica com olhar crítico.
Os bons relatos têm boas fontes e fazem mais perguntas e hipóteses do que trazer respostas…