O Grátis sempre existiu, mas está mudando. A famosa citação de que não existe “almoço grátis” é válida no sentido que tudo tem um custo e alguém paga esse custo.
O que você pensa quando lê a pergunta: seu modelo de negócios está pronto para o Grátis?
Vou sugerir três respostas:
– Que mané grátis? Não existe “almoço grátis”.
Tudo tem um custo e isso é besteira.
– Morro de medo. O mundo está mudando. Os negócios estão sendo revolucionados. O tal grátis é o tal modelo Google e não me sinto nada preparado para isso.
-Não tenho a menor ideia.
A reflexão abaixo me parece útil para o cético, o assustado e o ignorante. A leitura do livro Grátis inspira e é de grande valor para esses três perfis.
Contudo, existe custo marginal zero (ou baixo demais para ser contabilizado) e no mundo dos bites (em oposição ao mundo material – dos átomos) essa é uma verdade cada vez mais presente.
A visão de que alguém paga observa externalidades e nesse sentido, quem paga pode não conhecer ou não ter relação direta com quem recebe. Logo algumas pessoas podem vivenciar o grátis.
Em se tratando de percepção e modelo de negócios o grátis pode criar verdadeiras revoluções. Portanto, não seja cético. Entenda e navegue no conceito do grátis.
Soluções que envolvam o grátis são bem antigas, assumem quatro formatos possíveis segundo Chris Anderson:
O mercado de 3 participantes: eu pago para você divulgar minha marca, um terceiro consome seu produto de graça e vê minha marca exposta. É a velha e boa equação de propaganda, na TV e rádios;
Subsídios cruzados: dou um produto grátis para atrais público para comprar outros produtos na minha loja. Um produto subsidia o outro.
Modelos freemium: faço uma versão grátis (free) do meu produto que atende uma ampla maioria de pessoas, e umas poucas pagam por uma versão premium com algumas funcionalidades a mais;
Mercados não monetários: recebo algo de graça do ponto de vista monetário e pago com algo não monetário, seja minha reputação, audiência, etc.
Esse conteúdo por exemplo está chegando sem nenhum custo para você (e enquanto não tiver receita com propaganda no blog, é meramente um mercado não monetário*).
Com o avanço da tecnologia, os custos dos bites é cada vez menor. Temos um mercado deflacionário com a velocidade exponencial de processamento da tecnologia.
Logo, temos cada vez mais custo marginal zero para disponibilizar informação.
O efeito cauda longa faz com que possamos disponibilizar informação infinitamente, e a mesma propriedade tecnológica afeta os negócios reduzindo seus custos e pressionando os modelos de negócios para o grátis.
Esteja preparado para o Grátis
Você tem um serviço que pode ser ofertado de modo gratuito por um concorrente? Cuidado.
Por que você acha que o WhatsApp no Brasil continua grátis? Minha hipótese é que o dia que cobrar ele perde espaço para um novo entrante gratuito e com isso entra na espiral descendente do efeito de rede (clica aqui e entenda o conceito).
Olhe a seu redor e veja quantos mercados operam no modelo do grátis? Você paga pelo YouTube?
Você paga pelos serviços de busca do Google?
Olhe no seu iPhone quantos aplicativos são pagos?
Aposto que a maior parte por você ter optado pelo modelo premium.
O jogo do grátis é antigo (a mega indústria da mídia, da televisão ao jornal impresso se sustentou nesse modelo).
A dinâmica do grátis mudou com os bites (essas indústrias estão no dilema de mudar ou morrer).
Novas fronteiras para o grátis vão ocorrer a cada ano: o custo do processamento da informação continua caindo.
Barreiras de entrada, plataformas e o valor do grátis
Aqueles negócios que estão no mundo dos bites devem ficar mais atentos na medida que seus custos de processamento caem e abrem espaço para concorrentes mais competitivos.
Chegamos a pagar para ter uma conta de email, esse valor vem caindo e continuará caindo. Para muitos já…